sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Doença de Dupuytren ( Deformação da mão)

No seguimento da DSR (postagem anterior), onde referi a contratura de Dupuytren, decidi explorar um pouco e elucidar sobre as suas manifestações clínicas.

Contratura de Dupuytren...
A contratura de Dupuytren é uma alteração que ocorre na palma da mão que faz com que um dedo fique sempre mais dobrado que os outros. Caracteriza-se pela degeneração das fibras elásticas, pelo espessamento da fáscia palmar, com formação de nódulos ( muitas vezes confundidos com calosidades), que levam à sua contração (o que faz retrair os dedos). Geralmente aparece mais em homens dos 30 aos 50 anos de idade e os dedos mais acometidos são o anelar e o mindinho. 


                                                                                                          Fig. 1


Causas:
Habitualmente ela é causada pelo movimento repetitivo de fechar a mão e os dedos, como ocorre ao fazer tricô, por exemplo. Indivíduos fumadores, alcoólatras e diabéticos apresentam uma probabilidade mais elevada de desenvolverem a doença. 
Pode ser de causa hereditária, auto-imune, pode aparecer devido a um processo reumático ou até mesmo devido ao efeito colateral de algum medicamento. 

Sintomas...
A queixa principal é a diminuição da mobilidade dos dedos acometidos e algumas vezes aparece dor (dificuldade em abrir os dedos afetados). As manifestações clínicas iniciam-se com o aparecimento de um nódulo na região palmar, próximo ao dedo anelar ou ao dedo mindinho. À medida que evolui, outros nódulos surgem, resultando na contração dos tendões dos dedos, flexionando-os. 
Habitualmente, o dedo anelar é o primeiro a ser afetado, alcançando, por conseguinte, o mínimo e o médio. Na fase mais avançada há dificuldade em abrir os dedos afetados e dificuldade em pousar a mão devidamente aberta numa superfície plana, como numa mesa por exemplo.



                                                                                                                   Fig.2

Tratamento:
O tratamento é feito através da fisioterapia, mas em alguns casos pode ser necessária uma cirurgia (tendo alguma percentagem de recidiva).
A intervenção da Osteopatia aborda essencialmente a parte fundamental do tratamento que é a mobilização articular e a quebra de depósitos de cálcio no tendão. 
Além da mobilização articular, são utilizadas técnicas de tecidos moles para evitar a ocorrência de contraturas secundárias e aumentar a extensibilidade da fáscia palmar dentro da amplitude fisiológica, de forma passiva. 
Sendo um tratamento conservador, nos casos mais graves, quando o paciente encontra-se impossibilitado de colocar a palma da mão por completo sobre uma superfície lisa, a deformidade deve ser corrigida por meio de procedimento cirúrgico.




terça-feira, 12 de novembro de 2013

Distrofia Simpático-Reflexa (DSR)

Distrofia Simpático-Reflexa (DSR)

A síndrome ombro/mão é um distúrbio neurovascular reflexo, geralmente chamado de Distrofia Simpático-Reflexa (DSR) e apresenta-se com sinais e sintomas após lesões em ossos, músculos e nervos. Esta doença complexa vem recebendo diversas denominações, entre elas, atrofia de Sudeck, síndrome ombro-mão, distrofia simpática pós-traumática, síndrome dolorosa regional complexa tipo 1, etc. Atualmente, há uma grande controvérsia a respeito da origem da DSR, alguns autores acreditam que esta doença é decorrente de um mecanismo neuronal reflexo após um evento de trauma físico, levando à percepção anormal da dor.Em mais de 60% dos casos, descritos em adultos, há história efetiva de um trauma, mas a DSR ocorre mais frequentemente em adultos que sofrem um trauma psicológico, e já tinham uma instabilidade emocional, depressão e insegurança. Também pode ocorrer em crianças que apresentam um perfil prefeccionista, podendo o quadro ser agravado por fatores de stress, próprios da idade, ou até a morte de um familiar, início da escola, etc.

Exemplo de DSR no Membro Superior.

Quadro clínico:
A distrofia simpático-reflexa (DSR) é um distúrbio doloroso complexo, que se apresenta com uma dor intensa e persistente, em um dos braços. A dor é associada à queimação, disestesia, parestesia e hiperalgesia ao frio e sinais clínicos de disfunção do sistema nervoso autónomo (cianose, edema, frio e alteração de transpiração local). 
Geralmente a dor descrita pelo paciente é intensa e do tipo incapacitante.

Caracteriza-se por:
  •  Dor ou hiperestesia no ombro, punho ou mão;
  •  Limitação dos movimentos em:
· ombro, com a maior parte da restrição na flexão lateral e abdução.
· punho, com maior parte da restrição na extensão do punho.
· mão, com a maior parte da restrição na flexão metacarpofalângica e interfalângica proximal.
  •  Edema da mão e punho secundário ao comprometimento circulatório dos sistemas venoso e linfático, que por sua vez precipitam a rigidez da mão.
  • Instabilidade vasomotora.
  • Alterações tróficas na pele.
A medida que a condição progride,a dor que vai cedendo mas a limitação nos movimentos persiste, a pele torna-se cianótica e brilhante, os músculos intrínsecos da mão atrofiam, e ocorrem alterações nas unhas.
A incidência é maior nas fraturas de extremidade distal dos ossos do antebraço, na síndrome do túnel do carpo e na Doença de Dupuytren. Em geral a DSR ocorre de forma unilateral, com maior frequência nos membros superiores do que inferiores.

Exemplo de DSR no Membro Inferior

Tratamento:
O objetivo principal, como osteopata é o alívio da dor e o restabelecimento da função normal ou o máximo possível do potencial funcional remanescente do membro acometido cortando-se o mais rápido possível o ciclo dor-imobilização-edema-alterações neurovegetativas-desuso-dor, usando técnicas específicas nas estruturas limitadas e trabalhando dentro da amplitude livre de dor: mobilização articular, inibição muscular, alongamento de tecido mole. Facilitar contrações musculares ativas com exercícios tanto isotônicos como isométricos e atividades leves de sustentação de peso. Orientar o paciente sobre a importância de seguir um programa de aumento de actividade e aumentar os estímulos sensoriais, por exemplo usando gelo. 
Fora da osteopatia, de uma maneira geral o tratamento consiste na utilização de analgésicos, antiinflamatórios não hormonais e reabilitação.Quando necessário é recomendado o uso de anti-depressivo para aliviar a dor que é muito semelhante à fibromialgia.


  • O quadro de DSR pode não vir sozinho, e  estar associado a outras dores com disfunção do sistema nervoso autónomo, tais como: enxaqueca, síncope, fibromialgia e dor abdominal. O envolvimento de membros inferiores se bem que mais raro, também pode ocorrer com as mesmas características dos membros superiores associado, porém, à incapacitação de deambulação. 



Finalmente o meu site...






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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Aveia

Algumas informações sobre a aveia...nunca é demais!!!!


Espondilite Anquilosante



Espondilite Anquilosante...é uma doença reumática inflamatória que afecta essencialmente as articulações sacro-ilíacas e a coluna vertebral. 
A manifestação inicial é dor lombar, que persiste por mais de três meses (normalmente abranda com o movimento, e aumenta com o repouso). Esta dor pode irradiar para as pernas e estar associada a uma rigidez matinal, assim como pode desaparecer espontaneamente e voltar depois de algum tempo. 
Outros sintomas são o comprometimento progressivo da mobilidade da coluna (perda de mobilidade\rigidez da articulação), da expansão dos pulmões e aumento da curvatura da coluna na região dorsal. 
Com a evolução da doença, a tendência é a dor tornar-se mais intensa, especialmente à noite. Apesar da evolução ser variável, muitas vezes origina, para além das dores, deformidades fixas e irreversíveis da coluna vertebral e das articulações coxofemorais, causando incapacidade funcional grave e limitativa precocemente.

Não se conhece a causa da doença, que acomete mais os homens do que as mulheres, a partir do final da adolescência até os 40 anos, e não tratada, pode tornar-se incapacitante. O diagnóstico leva em conta os sinais e sintomas, os resultados de exames laboratoriais de sangue e os achados radiográficos nas articulações da região sacro-ilíaca. O diagnóstico precoce é de extrema importância para evitar a progressão da doença e suas complicações, e para tal existem métodos complementares que auxiliam no diagnóstico: o hemograma, VS, PCR, ANA, factores reumatóides (HLA-B27), RX, IG's, etc.

Tratamento...O objetivo do tratamento para controle da espondilite anquilosante é aliviar os sintomas dolorosos e reduzir o risco de deformidades. Para tal, pode-se recorrer ao uso de medicamentos, à fisioterapia, à Osteopatia e à cirurgia.  



Não tenho dúvida que a primeira ajuda que se pode dar a um paciente cujo quadro clínico sugere uma Espondilite Anquilosante, é o esclarecimento e encaminhamento para um Reumatologista, e se o diagnóstico se confirmar existem muitas maneiras de acompanhar o doente. É importante que este cumpra um programa de exercícios respiratórios (manter a maior amplitude de expansão torácica possível ) e posturais, para manter os grupos musculares (principalmente cadeias posteriores) com uma boa hipertrofia, para prevenir a anquilose (rigidez de uma articulação) vertebral de puxar o tronco e fixá-lo em flexão.

Seguindo os princípios Osteopáticos e aplicando algumas técnicas: 
1-Articulares (aumentando a mobilidade das articulações afectadas); 
2- Técnicas aos tecidos moles, promovendo alguns grupos musculares, alongando e "libertando" outros; 
3- Orientando/ aconselhando alguns exercícios, 
4- Entender o paciente como um todo, na sua dimensão mente/corpo/meio exterior.

São satisfatórios os progressos na generalidade dos casos. 
Por progresso entenda-se, algum ganho de mobilidade e diminuição do quadro de dor em fases não agudas. É importante salientar que algumas técnicas são contra-indicadas em algumas patologias de origem inflamatória.